Laika

Por Os Cães do Parque

No final de abril de 2011, funcionários da limpeza do parque nos pediram para ir ver uma família de gatinhos que eles estavam abrigando em um galpão. Queriam que providenciássemos as castrações deles e que, talvez, os levássemos para adoção.

De fato, estavam lá os felinos, famintos e precariamente morando em um galpão imundo. Mas também havia uma cachorrinha, que nós já viramos zanzando pelo parque mais de uma vez, mas julgávamos que fosse de algum funcionário residente ou mesmo de alguma casa próxima ao parque. Mas não: ela havia sido levada para lá por uma outra pessoa ligada à instituição, supostamente para que alguém a adotasse, mas já estava lá há meses sem que nenhuma providência tivesse sido tomada.

Coisas sem pé e nem cabeça que só acontecem no "nosso" parque.

A esfomeada cachorrinha, aparentando 7 ou 8 meses, estava prestes a entrar em seu primeiro cio e precisava, no mínimo, ser castrada - e logo. Se fosse para continuar vivendo no parque, que pelo menos não gerasse mais crias. 

Poucos dias depois, a levamos (e também os gatinhos) para a castração, depois do que ela deveria voltar para o parque. 

Mas Laika, como foi batizada, teve uma sorte imensa.

Em 03 de Maio, no twitter e no site Animais para Adoção, foi divulgado o seu anúncio procurando uma família - e quase que imediatamente ela conseguiu. E conseguiu uma família linda.

Em 07 de Maio de 2011, o Jamal e a Gláucia, que havia entrado em contato por email, vieram com as filhas Maria Eugênia e Maria Luiza, só para conhecê-la. Mas a amável cachorrinha os conquistou e naquela mesma tarde foi adotada.




Nós, que nos habituamos a fazer essa "ponte", nunca nos cansamos de elogiar a atitude de pais e mães que fazem do ato de adotar um animal abandonado uma lição de vida e de cidadania para seus filhos.

Amigo não é coisa que se compre - e se é para ter um cão, por que não dar lar a um que precise, ao invés de dar dinheiro a um comerciante? 

Famílias que entendem essa mensagem têm grandes chances de criar filhos destinados a serem pessoas melhores.

É o que nós achamos.

E você, o que acha?