Tony, o tigrão

Por Os Cães do Parque


Tigrão é uma longa história que marcou quase todo o ano de 2012. 

Não sabemos se foi abandonado ou se perdeu, mas o fato é que, em Fevereiro de 2012 ele apareceu dentro do parque, aparentando muito medo e com uma pata ferida.

Nós temos muito critério para escolher que animais devem ser abrigados e preparados para adoção, mesmo porque nossa capacidade para isso é limitada: contamos com alguns voluntários que eventualmente dão lar temporário a animais resgatados, o parque nos permite usar um pequeno espaço como ponto de apoio e só. E um cão de porte grande, macho, adulto e saudável, não aparentando maiores fragilidades, não é exatamente uma prioridade, mesmo porque não é fácil conseguir adoção para um animal com esse perfil.


Mas resolvemos cuidar de sua pata ferida e vaciná-lo, abrigando-o por apenas alguns dias. Depois disso, a ideia era soltá-lo: se ficasse pelo parque, o monitoraríamos como fazemos com uns poucos cães que ainda vivem por lá. Se não, seguiria o seu caminho e talvez reencontrasse a sua casa e seu dono.


Mas acontece que o Tigrão, após receber alguns dias de hospedagem, não quis ir embora: mesmo solto, não foi para o parque, muito menos para a rua. Ficou por ali mesmo, pedindo para entrar.

Se havia alguma dúvida de que aquele não era um 'cão de rua', essa dúvida se desfez. A solução foi abrigá-lo até que um destino definitivo para ele surgisse.

E durante o tempo em que ficou conosco, Tony, o tigrão, mostrou-se um lorde: calmo, carinhoso, silencioso. Educadíssimo, jamais sujou o abrigo: xixi e cocô apenas durante o passeio diário. Bonito e fotogênico, o grandão de mais de 30 quilos, acabou sendo uma das 'estrelas' do vídeo produzido para a apresentação dos Cães do Parque no seminário da Secretaria de Meio Ambiente (para quem não viu, neste LINK).

Castrado em março, recuperou-se rapidinho e ganhou um anúncio todo especial (neste LINK) e um vídeo clipe:



Ainda em Março de 2012, Tigrão foi adotado. Mas, apesar de todo o critério que procuramos ter na escolha de adotantes, a adoção dessa vez foi um erro, uma precipitação: e não deu certo. Três meses depois, fomos buscá-lo de volta, instalando-o mais uma vez no ponto de apoio do parque.

Para um cão como ele, já maduro, amoroso e muito inteligente, é de se imaginar o que uma situação desse tipo causa: viver por um tempo considerável em uma casa e na companhia de pessoas, às quais obviamente se apegou, e repentinamente ser colocado num carro e reconduzido à situação anterior, onde passaria a maior parte do tempo sozinho, por mais que tenhamos feito o possível para que se sentisse novamente em casa.

Foram mais cinco meses no abrigo temporário, a espera de uma nova adoção. Mais cinco meses cuidando dele todos os dias: e aí, quem se apega é a gente! O Tigrão, um cão espetacular, tornou-se um grande amigo. Por ser sempre um sujeito educado e fotogênico, foi de novo 'astro' em eventos: em Outubro, compareceu uniformizado ao lançamento da campanha contra o abandono de animais, promovida pelo governo do Estado [ LINK ] e até posou para fotos com o secretário de meio ambiente. Apareceu em muitos jornais e até em programas de TV.

Em Novembro, uma pessoa nos procurou, interessada em sua adoção. Estava um pouco longe, em outra cidade. Mas isso não importaria, se ela nos passasse a devida confiança e a certeza de que poderia dar a ele um lar adequado e definitivo.


No dia 17 de Novembro de 2012, levamos o Tigrão até Tatuí (SP), onde ele conheceu a Sílvia. Desde então ele vive lá, grudado nela a maior parte do tempo e caminhando muito com ela pela cidade: pelo que sabemos, está indo muito bem (e a Sílvia nos conta que ele até já perdeu uns quilinhos; estava mesmo precisando).

Foi uma longa história com ele.
A gente tem saudade dele às vezes.

Um comentário:

  1. bom dia! eu me apaixonei pelo tigrao, quero que ele faça parte da minha familia e seja meu companheiro por muitos anos. Eu enviei um email, por favor entre em contato comigo. Obrigada!!

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